Família empreendedora revela como criou mel de açaí, diversificou a produção com cosméticos e, agora, influencia vizinhos e estudantes na zona rural de Breu Branco. (Prov. 24:13-14)
O verso bíblico do sábio Salomão, em Provérbios 24, é uma inspiração para a família Pinon, que mora há 24 anos em uma propriedade rural no município de Breu Branco, a 260 km de Marabá.
Rubinho, o pai, Carmelia, a mãe, e os filhos Luiz Mário e Maria Eduarda são os protagonistas de um negócio que transitou da pecuária para produção de açaí e, mais recentemente, passou a produzir mel e derivados.
A reportagem do CORREIO DE CARAJÁS viajou de Marabá até a vicinal do Pitinga, numa propriedade conhecida como
Fazenda Água Boa, onde a família vive há mais de duas décadas, para acompanhar, durante dois dias, a rotina
dos Pinon e descobrir os segredos do sucesso do negócio, que já conquistou vários parceiros, como Embrapa,
Sebrae, IdeflorBio e Ministério Público do Pará.
Trabalhamos com queijo, depois começamos a vender o leite para laticínios e surgiram dificuldades na bacia leiteira. Parei de trabalhar com leite e comecei a ir mais para o lado da fruticultura, que era um sonho.(Rubens José Pinon)
Rubens José Pinon, mais conhecido na região onde vive como ‘Rubinho’, nasceu no Espírito Santo, mas não tardou ‘cair no mundo’ para conquistar melhores condições de vida. Para construir a história que hoje protagoniza no Pará, ele precisou fazer um pequeno desvio, passando pela Bahia, para onde foi com intuito de conhecer Porto Seguro.
Lá, não descobriu apenas as famosas praias nordestinas, como também fez um amigo que o convenceu a dar uma passadinha no Pará, que, dizia, era “uma região muito boa para quem queria fazer investimentos”. Sem muito estudo ou formação superior, Rubinho não achou má ideia tentar a sorte e foi assim que acabou em Breu Branco, na propriedade do pai de Carmelia Amante.
As vidas dos dois não se cruzaram de imediato. Uma semana após chegar, Rubinho deixou o lugar de onde havia estranhado o nome e seguiu para Novo Repartimento, estudando a região onde pretendia investir em algum negócio. O dinheiro era pouco e ele acabou retornando a Breu Branco, onde se instalou de vez na propriedade do pai de Carmelia, que ofereceu a ele uma sociedade agrícola.
Inicialmente, Rubinho se deparou com o potencial para cultivar frutas e tinha como objetivo montar uma agroindústria, mas depois percebeu que haveria dificuldade por não haver muita gente produzindo na região. Enquanto batia cabeça para encontrar a melhor forma de sobreviver, ele se apaixonava por Carmelia, nascida na Bahia, mas que vivia há muitos anos no Pará.
Os dois se casaram e passaram a viver em uma área nos fundos da propriedade do sogro de Rubinho, onde sequer havia energia elétrica. Como o recém-casado tinha alguma experiência com criação de gado leiteiro, adquiriu algumas cabeças de vaca e, paralelamente, começou a desenvolver fruticultura.
“Trabalhamos com queijo, depois começamos a vender o leite para laticínios e surgiram dificuldades na bacia leiteira. Parei de trabalhar com leite e comecei a ir mais para o lado da fruticultura, que era um sonho”, recorda ele.
Diante da crise no setor leiteiro, em 2012, a família precisava reinventar seu portfólio de produção e, para isso, pediu ajuda a técnicos da Embrapa, que expuseram as atividades que estavam em alta: plantio de cupuaçu, graviola, açaí e castanha-do-pará.
A propriedade é banhada por vários igarapés e o Código Florestal vinha obrigava a
recomposição de áreas desmatadas, o que levou o casal ao próximo estágio. “Surgiu a ideia de plantar açaí,
mas eu não tinha recursos e os bancos não financiavam esse plantio. Então, comecei a vender o gado de leite
para ir investindo no açaí. Acho que nosso melhor investimento foi esse, porque até hoje temos o açaí como
fonte principal de renda”, comemora Rubinho.
Ao
lado do filho Luiz Mário, Rubinho inspeciona uma casa de abelha que ele mesmo constrói
A AmaBee nasceu do sonho de manter a família unida e de aproveitar o potencial das abelhas sem ferrão para além da produção de mel. Liderada por Carmelia Amante Pinon, a marca transforma própolis, mel e cera em cosméticos naturais, com propriedades hidratantes, antialérgicas e cicatrizantes. Com apoio do Sebrae e da Embrapa, Carmelia desenvolveu uma linha artesanal de produtos voltados ao bem-estar e à beleza, que já conquistam elogios e visibilidade, incluindo convite para a COP30. AmaBee é cuidado da natu
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